Você já parou pra pensar em quantas vezes deixou a autossabotagem te atrapalhar, tanto no ambiente de trabalho, quanto na vida?
Basta olhar ao redor para perceber que o mundo é muito mais difícil para as mulheres. De acordo com o Observatório da Igualdade de Gênero, os homens ganham, em média, 30% a mais do que as colegas de trabalho. Isso, considerando o mesmo cargo, responsabilidade e experiência.
Como se isso já não fosse negativo o suficiente, a pandemia aumentou ainda mais a disparidade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Segundo o levantamento Pnad Covid do IBGE, a taxa de desemprego entre as mulheres atingiu 17,2% no final de 2020, enquanto o público masculino chegou a 11,9% de desempregados.
Para completar, a Unesco indica que, se nada for feito agora, levaremos 257 anos para atingir a equidade salarial entre homens e mulheres. É muita desigualdade para corrigir, não é mesmo?
Esses dados demonstram toda a desvalorização que as mulheres enfrentam no mercado de trabalho. E, infelizmente, as consequências desse movimento podem ser diversas, inclusive uma enorme insegurança sobre as próprias competências e habilidades. Afinal, as mulheres têm seu valor colocado à prova com muito mais frequência. Então, podemos dizer que a autossabotagem é muito mais comum para o sexo feminino, dentro e fora do ambiente de trabalho. Mas esse não é um problema sem solução!
Por isso, separamos 6 atitudes que você, mulher, precisa redobrar a atenção e eliminar de uma vez por todas da sua vida. Confira!
1. Comparação com outras pessoas
Cada pessoa é única. Portanto, tente não comparar suas competências com colegas de trabalho, sejam homens ou mulheres. Para medir o seu desempenho, existe apenas um ponto de referência: você mesma.
Quando você se compara a outra pessoa, está desconsiderando sua história de vida, seus próprios desafios e conquistas para valorizar a outra trajetória. Ou seja, você mede seu avanço com a régua de outra pessoa e isso é um grande exemplo de autossabotagem! Então, pare de olhar para fora e olhe para si mesma!
Uma boa maneira de começar a se valorizar é fazer uma matriz SWOT pessoal. Essa ferramenta de desenvolvimento pessoal permite conhecer suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Assim, a partir dessa análise, é possível traçar um planejamento de carreira que te permite crescer profissionalmente de maneira organizada e sustentável.
2. Se sobrecarregar de trabalho pra “mostrar serviço”
Você sabia que as mulheres trabalham 70% mais do que os homens? É a famosa dupla — ou até tripla — jornada. Conciliar casa, família, estudos e trabalho é a realidade de muitas mulheres em todo o Brasil.
Além disso, muitas se sentem obrigadas a se sobrecarregar de trabalho para manter a competitividade interna na empresa ou alcançar uma promoção. Porém, nem sempre esse esforço traz resultados positivos.
A sobrecarga de trabalho é uma enorme autossabotagem porque pode acarretar em doenças ocupacionais, como a síndrome de Burnout, depressão e ansiedade. Além disso, ela também pode te levar a cometer erros que podem acabar prejudicando sua imagem e reputação na empresa.
Nesse sentido, tenha em mente quais são suas limitações e evite acumular mais responsabilidades do que realmente tem condições de atender. Caso seja necessário, converse com sua chefia para contratar mais uma pessoa para a equipe. Valorizar sua saúde mental é um grande passo para o seu sucesso profissional.
3. Ser boazinha demais
Outro exemplo de autossabotagem bastante comum é ser boazinha demais tentando não chatear ninguém. Se para evitar conflitos, você faz tudo o que pedem sem questionar, deixa suas obrigações de lado e, muitas vezes, abre mão da sua saúde pra fazer horas extras, por exemplo, você está se autossabotando!
A dica aqui é aprender a dizer não. De uma forma delicada, porém firme. Afinal, quando você se impõe, as pessoas passam a respeitar mais suas falas e não abusam da sua boa vontade.
Isso não quer dizer que você tenha que ser a megera da empresa! Mas você precisa saber o momento de flexibilizar as coisas e o momento de impor sua vontade desde o início da sua carreira. Essa é a melhor forma de fazer com que o seu trabalho aconteça da melhor forma possível.
4. Ficar esperando que os outros reconheçam seu valor
Quando você espera que os outros reconheçam seu valor, está depositando suas expectativas em terceiros. E cada pessoa tem uma noção própria de valor. Ou seja, o que você valoriza talvez não seja tão importante para outra pessoa. Assim, você pode se frustrar se ficar esperando aquele tapinha nas costas por uma conquista.
Em vez de colocar sua expectativa no que os outros vão dizer, procure se valorizar mais, afinal, só você sabe o quanto batalhou por cada resultado na sua vida. Pra isso, vale a pena ter um método de parabenização pessoal.
- Fechou um novo contrato? Comemore com uma amiga!
- Concluiu um projeto com sucesso? Compre algo que você gosta!
- Bateu suas metas? Tire um final de semana para viajar sozinha!
Se você mesma não reconhecer seu valor, ninguém jamais o fará. Por outro lado, se as pessoas perceberem que você está feliz com seus resultados, com certeza vão prestar mais atenção naquilo que você faz.
5. Se calar em situações machistas
Ser interrompida com frequência em reuniões, ter seus resultados diminuídos, ideias subestimadas ou competências questionadas, infelizmente são situações típicas do machismo presente no ambiente de trabalho. Porém, isso não significa que esse comportamento deva ser normalizado!
Diariamente, centenas de mulheres passam por situações em que o machismo tenta imperar a qualquer custo. Mas, se você passar por uma delas, não precisa simplesmente aceitar que essas coisas podem acontecer, muito menos se calar. Você não está sozinha!
Evite esse tipo de autossabotagem com algumas medidas simples. Se for interrompida, por exemplo, peça licença ao seu colega de trabalho e informe que, quando você concluir sua fala, ele vai poder se expressar também. Além disso, demonstre suas competências através do seu trabalho, destaque os resultados que conquistar e se imponha sem medo. Isso vale tanto para o ambiente de trabalho, quanto para qualquer outro!
Ah! Se você perceber que essas situações desconfortáveis são recorrentes e se sentir assediada moralmente, procure apoio dos seus superiores ou do RH da empresa. Assédio moral tem solução e você não precisa se calar!
6. Se sentir uma impostora
De acordo com a ONU, as mulheres têm mais anos de estudo do que os homens aqui no Brasil. Elas são maioria no ensino superior e se dedicam mais ao desenvolvimento de carreira. Ainda assim, existe um fenômeno que faz com que muitas sabotem a própria carreira: a síndrome de impostora.
De forma resumida, essa síndrome pode ser explicada como o sentimento de se sentir menos competente do que realmente é. Isso leva à insegurança, à perda de oportunidades profissionais e a uma maior dificuldade em se desenvolver pessoal e profissionalmente. Ela assumir diversas formas, dependendo do histórico, da personalidade e das circunstâncias em que a pessoa está inserida. No geral, existem 5 tipos da síndrome que impactam as pessoas de diferentes formas.
O bom é que toda autossabotagem pode ser trabalhada e solucionada. Então, não importa em que fase de carreira você esteja, tenha a certeza de que você não é menos capacitada, menos influente ou menos profissional pelo fato de ser mulher. Apesar das diferenças que ainda existem no mercado de trabalho, a equidade de direitos e oportunidades é possível, e chegar até lá depende do esforço e da dedicação de cada um de nós.
Então, que tal começar a banir a autossabotagem do seu trabalho (e da sua vida) hoje?