Volteeeei! E, dessa vez, vim falar de um assunto polêmico – e um dos favoritos: a participação dos caras no empoderamento feminino. Como é essa participação? Como podemos (e esperamos) contar com o apoio deles?
Luiza Kormann, Embaixadora Bettha
Como é um assunto um pouco cabeludo, vamos por partes, belê?
Acho que a primeira coisa que é super importante ter em mente é que a pauta de empoderamento feminino é, como o nome diz, a priori, da mulherada. E isso não significa que os caras não tem um papel crucial para conseguirmos alcançar, coletivamente, nossos objetivos.
E Lu, por que o empoderamento feminino é tãão importante pra todo mundo (incluindo os boys)?
- Um estudo da IBGC identificou que 7,2% é a participação feminina nos conselhos administrativos das empresas brasileiras. Para os conselhos fiscais essa participação está em 9% e, para as empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores, 33% dos membros são mulheres;
- O estudo da Peterson Institute for International Economics com 22 mil empresas de 91 países identificou que a presença feminina em cargos executivos está associado ao aumento de lucros da empresa. A relação é estimada em 30% de aumento na participação feminina a 15% de aumento de lucros.
- Apenas 32% das mais de 900 empresas que participaram da pesquisa Panorama Mulher 2018 informaram possuir uma política interna para igualdade de gênero. Mesmo naquelas que tem, a participação feminina em cargos de liderança permaneceu baixíssima (é de engolir seco mesmo!)
Agora que já sabemos que essa é uma pauta que interessa todo mundo, vamos mergulhar em como a rapeize pode ajudar. Bora?
Perceber os espaços
Vocês já pararam para reparar a proporção de homens e mulheres na sua empresa? E em papeis de liderança? Empresas como a Dow, IBM, Avon e Unilever contam com comitês internos para fomentar o empoderamento feminino. A sua empresa tem algum espaço desses?
Levantar esses questionamentos não só é importante para a sua empresa, como também para você, caro colega! Quando nos preocupamos com questões que estão além de problemas individuais, trabalhamos nossa habilidade de empatia, exercitamos uma visão de negócios muito mais responsável e, de quebra, aumentamos o relacionamento com as colegas de trabalho – porque ninguém vai pagar o micão de não envolver azamiga em uma pauta dessas, né?
Homem não chora?
Rola um estranhamento natural entre os caras quando surge a pauta de gênero, o que é bem natural. O que é desconhecido é estranho, e, até aí, beleza. Para enfrentar esse distanciamento, buscar conhecimento e participar dos espaços que são abertos aos homens é um primeiro passo bem bacana.
Troque ideia com as amigas, colegas de trabalho e tudo mais. Esteja pronto pra embarcar em uma jornada super enriquecedora, à la Fabio Porchat na nova série Homens. E aqui seguem 2 spoilers dessa jornada:
- Sabe aquele esteriótipo de machão? Lidar com ele é superimportante para você, colega, que escutou muito tempo que homem não chora. Entrar em contato com emoções, desejos e vontades é um exercício posto no âmbito da feminilidade, sendo, ao meu ver, um dos fatores da sociedade de hoje que mais fere os homens. Tanto a nível pessoal, tendo que “pagar de durão”, quanto nas demais esferas da vida. Pensa em um movimento que vai ser libertador pra ti!
- Já batemos bastante nessa tecla aqui: capacidades humanas estão em alta. E empatia e escuta ativa só serão profundamente desenvolvidas seeeee aqueles exercícios de entrar em contato com as emoções forem praticados! Bora embarcar nessa junto, as amigas vão ajudar, não tenha dúvida!
Trabalhos domésticos e cuidados
Sabia que, no Brasil, o principal empecilho para a mulherada estudar e trabalhar são os trabalhos doméstico e os cuidados com familiares?
Segundo a Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE, 35,4% de meninas e mulheres com 15 a 29 anos que não estudam ou trabalham fora de casa disseram que não buscam emprego por terem essa obrigação. Apenas 1,2% dos meninos e homens declararam a mesma razão para não buscarem ocupação – a principal razão deles é que não havia trabalho na região (45,4%).
Então bora compartilhar essas tarefas com as mulheres incríveis de nossas famílias?
Bater um papo com o colega meio mala
Sabe aquele cara no trampo que sempre interrompe a colega na reunião? Aquele mesmo, que faz uns comentários desnecessários, sabe? Às vezes, pode até ser um pouco como você antes de ingressar nessa linda jornada! Porque a vida é assim mesmo: crescemos e evoluímos! Com certeza na sua jornada muita gente te ajudou.
Vamos ajudar o coleguinha também, não é mesmo?
E esse papel é muito importante para o empoderamento feminino, gente. Vocês têm um acesso muuuito maior que a gente para essa task! Como existe toooodo aquele estranhamento que falamos lá no primeiro tópico, normalmente o cara já fica na defensiva com o convite inicial pra ingressar nessa jornada, ainda mais se essa pessoa for uma mina.
Caras, vocês ajudam DEMAIS fazendo essa, juro juradin!
Entre os dias 11 e 22 de março rolou o principal evento de gênero da ONU, a Comissão sobre o Status da Mulher(CSW63), na sede da ONU em Nova York. Esse post faz parte da cobertura do Bettha no evento! Fique ligado que ainda vão rolar váaarios conteúdos legais aqui no blog!