Síndrome de FOMO – ou, como mundo dito em conversas de bares:“Sindrome do que!?”. Pois é isso mesmo, FOMO. Atualmente, tal termo se tornou um tópico muito debatido durante conversas em círculos sociais, seja em bares ou até mesmo digitalmente.
Mas não se desespere caso não conheça o conceito! Vamos te explicar direitinho o que é isso e como lidar!
O que é Síndrome de FOMO?
Síndrome de FOMO ou Fear of missing out, em português, pode ser traduzido como “medo de ficar de fora”. Esse termo foi criado por Dan Herman em 1996 e descreve o medo ou ansiedade que se tem quando se pensa estar perdendo algo importante
É como uma constante pressão que te faz querer saber o que todo mundo está fazendo. A síndrome te faz sentir inveja, medo de estar sendo excluído de círculos sociais, eventos ou até mesmo de não estar sendo atualizado.
No mundo corporativo, isso se manifesta muitas vezes no sentimento de se sentir incapaz de acompanhar seus colegas nas atividades cotidianas. Imagine que seu colega de trabalho é um pessoa mais rápida e produtiva que você. Portanto, ele se envolve em mais projetos, é chamado para mais reuniões e acaba se destacando em diversos pontos.
Você não se sentiria bem com esse cenário, não é mesmo? Mais do que fazer com que você se sinta excluído, a Síndrome de FOMO é uma armadilha mental. A partir do momento que você se sente “por fora’, incapaz de acompanhar o resto do mundo com suas atividades, por consequência você se sente exaurido e com a energia sendo drenada.
Como mudar esse cenário com toda essa gama de sentimentos sendo cultivadas no seu tempo?
Mas isso é um problema sério?
Com certeza! E todo problema, a partir do momento que faz mal pra alguém, deve ser tratado com a devida responsabilidade e seriedade.
A Síndrome de FOMO é diretamente associada com a ansiedade e com a complexidade das relações modernas. Elas geram um estresse constante, uma pressão social para que você se torne igual às outras pessoas. Um dos resultados de todo esse cenário caótico é a sensação de que você poderia estar fazendo algo melhor constantemente.
E em um mundo como o de hoje, isso precisa cada vez mais de atenção!
Porém, é válido lembrar que esse problema não surgiu hoje. Afinal, desde que o mundo é mundo sabe-se que as pessoas têm a necessidade de se sentirem parte de alguma tribo ou grupo social.
É daí que vem a expressão “ a grama do vizinho é sempre mais verde”
E assim, conforme vamos ficando expostos a tais ansiedades e medos, acabamos deixando de aproveitar o que estamos vivendo e passamos a nos preocupar com o que estamos perdendo.
E isso também acontece durante o período de isolamento social?
O isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus é um exemplo extremo de como essa síndrome pode afetar as pessoas. Os eventos, festas ou conversas de bares não precisam existir para que o gatilho da FOMO apareça.
A síndrome de FOMO é intrínseca ao indivíduo e acontece até mesmo vendo um #TBT nos feeds das redes sociais. Basta um amigo seu, ou até mesmo um influencer que você segue, postar algo e sentimentos descontrolados como uma forte necessidade de ter uma roupa ou acessório que alguém tem podem aparecer.
O trabalho em home office também acentua isso. Muitas vezes os profissionais que estão afastados de suas equipes se sentem como “exilados”. Isso porque estamos acostumados a uma dinâmica profissional diferente. Estar no escritório implica diretamente em nos sentirmos parte da rotina corporativa da sua empresa.
Quando somos privados disso, nos sentimentos como uma peça deslocada de toda a máquina corporativa que fazemos parte. Começamos a enfrentar problemas e, ao não ter contato com a realidade dos nossos colegas, achamos que somos os únicos com essas dificuldades.
No home office, somos obrigados a estar mais conscientes do nosso próprio trabalho e mais desligados do funcionamento da empresa como um órgão complexo. Logo, nos sentimos deslocados e deixados de lado.
Além disso, a ansiedade desenvolvida pela falta da vida antes da crise e pelas expectativas disso tudo passar também são grandes alavancas para o agravamento dessa síndrome.
Como sei que posso estar com essa síndrome?
Bom, assim como toda síndrome ou doença. Alguns sintomas sempre se fazem evidentes. E os principais deles são:
Dificuldade de conseguir ficar concentrado
O celular sempre alertando novas notificações, as redes sociais com feeds tão mais gostosos de acompanhar do que fazer o que temos pra fazer, o sentimento constante que estamos nos dedicando muito menos que nossos colegas. Todas essas tentações nos fazem ter dificuldade em se concentrar.
Porém, quando você desenvolve tal síndrome é automático estar conferindo o celular e as redes sociais freneticamente. Também é natural sentir que todos nossos esforços em fazer um bom trabalho estão sendo redundantes e infrutíferos. Nos contentamos com o pouco porque acreditamos que esse é o máximo que podemos dar.
O resultado já sabemos: ansiedade, tristeza, solidão.
Ter comportamentos impulsivos
Você já viajou para ver amigos ou foi para um festival sem pensar nas consequências e gastos? Ou viu algum influencer com algo e não pensou duas vezes em comprar aquilo? Ou se engajou em uma atividade sem saber se era capaz de a completar, muito menos se ela renderia resultados satisfatórios e relevantes?
Se sim para qualquer uma das perguntas, você deveria marcar mais um ponto para sua avaliação dessa síndrome. Afinal comportamentos radicais impulsivos são fortes indicadores de FOMO.
Confirmar presença em todo convite que recebe
Você aceita convites para festas, eventos ou até mesmo jantares sem pensar ou até mesmo sem ter dinheiro? Aceita atividades que fogem do seu escopo profissional quando, na verdade, sabe que poderia estar aproveitando seus talentos em coisas realmente relevantes e que condizem com sua trajetória profissional?
Bom, isso também é um alerta para a FOMO. Afinal, o constante medo de estar de fora leva a pessoa a tomar medidas radicais para garantir que vai estar participando das atividades.
Isso é perigoso, porque confundimos o “participar” com o “fazer o correto”. Você até pode se engajar em atividades profissionais que não envolvam necessariamente sua função. Esse não é o problema. O problema reside quando isso é feito pelo simples desejo de se sentir parte de algo, e não necessariamente no seu desenvolvimento profissional e na entrega de resultados.
Pense: me envolver nessa atividade realmente vai trazer mais frutos para minha carreira e para o desempenho da empresa? Ou a minha expectativa é apenas me sentir incluído em um círculo no qual acho que não pertenço?
Estar o tempo todo conectado
Acompanhar as atualizações dos amigos com medo de perder uma live legal, de ficar de fora de algum acontecimento importante ou e nutrir a sensação de estar perdendo algo sempre que esta desconectado.
Esse sentimento de “ter que” pode ser, também, um grande aviso para sua saúde emocional.
Meu Deus! Isso é sério mesmo. E o que eu faço pra superar isso?
Bom, nesses casos dicas são sempre bem vinda. E elas são as seguintes:
Mude sua relação com o que te faz mal
Aprender a usar a internet como uma aliada, e não como uma inimiga, pode ser uma grande cartada! Não deixe as redes sociais te consumirem. Limite o tempo que fica nelas e se pergunte quais tipos de sentimentos as suas interações estão se suscitando.
Evite ficar constantemente acompanhando o progresso dos seus colegas. Isso pode se tornar uma obsessão e te levar à caminhos errados. Em vez disso, preste atenção na sua trajetória pessoal e como ela pode ser desenvolvida.
Controle-se e busque fazer outras atividades pelo seu bem estar! E lembre-se: o reconhecimento é uma consequência, não o objetivo.
Mude sua relação com os outros
Evite se comparar excessivamente! Seja, no âmbito de redes sociais ou, como falamos anteriormente, no profissional. Cada pessoa tem as próprias experiências, as próprias dificuldades e sua própria forma de viver.
Então não deixe esse medo de ficar por fora ser algo tóxico na sua vida. Mantenha boas relações, cultive verdadeiras amizades e persiga os próprios objetivos.
Mude sua relação com você mesmo
Acima de tudo, se cobre menos! Evite cair na ilusão de que precisa acompanhar tendências de influencers, de amigos das redes sociais e participar de todas as reuniões.
Lembre-se que, nas redes sociais, todo mundo vende uma imagem e que isso não representa o que a pessoa é!
Então busque se respeitar e não tente assumir o personagem de outra pessoa.
Se questione
Por fim, se questione! Sempre que estiver prestes a tomar uma decisão de compra impulsiva, de abrir as redes sociais em curtas frequências de tempo ou ainda de aceitar um convite, se questione!
Reflita se aquilo irá realmente fazer bem pra você, se você pode arcar com aquilo e se é aquilo que você quer!