Muitos profissionais compartilham do mesmo segredo: no fundo, eles se sentem como fraudes. É como se tudo que eles conseguiram são do resultado de uma sorte inesperada. Esse fenômeno psicológico, conhecido como síndrome do impostor, está mais presente do que nunca.
A síndrome do impostor reflete a crença de que a pessoa é um fracasso e incompetente, apesar das evidências indicarem que a pessoa é habilidosa por mérito próprio. Em suma, é uma situação um tanto problemática.
Espelho espelho meu… Existe alguém mais impostor do que eu?
A síndrome do impostor pode assumir diversas formas, dependendo do histórico, da personalidade e das circunstâncias em que a pessoa está inserida.
Se você constantemente tem a sensação que a qualquer momento os que estão à sua volta irão “descobrir” quem você realmente é… Bem, pode ser útil considerar o tipo de impostor que você é, para que assim consiga solucionar o problema de acordo.
Especialista na síndrome do impostor, a Dra. Valerie Young, diferenciou as seguintes categorias: o Perfeccionista, a Supermulher / Homem, o Gênio Natural, o Solista e o Especialista.
Através de sua pesquisas, Young descobriu vários “tipos de competência” – ou regras internas – que as pessoas que lutam com autoconfiança tentam seguir.
Entenda os maus hábitos ou padrões que possam estar impedindo o seu pleno potencial!
5 tipos de síndrome do impostor
1. Perfeccionista
O perfeccionismo e a síndrome do impostor geralmente andam de mãos dadas. Pense nisso: os perfeccionistas estabelecem metas excessivamente altas para si mesmos e, quando não conseguem atingi-las, sentem que fracassaram na vida.
Esse perfil também pode ser bastante controlador. Do tipo que pensa que se quer algo bem feito, quem precisa fazer é ele porque ninguém mais é capaz.
Esse perfil se aplica a você? Para descobrir, faça estas perguntas:
Você já foi acusado de microgerenciar?
Você tem muita dificuldade em delegar? Mesmo quando você é capaz de fazer isso, você se sente frustrado e desapontado com os resultados?
Você sente que seu trabalho deve ser 100% perfeito, 100% do tempo?
Para esse tipo, o sucesso raramente é satisfatório, porque eles acreditam que poderiam ter sido ainda melhores. Entretanto, isso não é produtivo – e muito menos saudável.
Possuir e celebrar conquistas é essencial se você quiser evitar o esgotamento, encontrar contentamento e cultivar a autoconfiança.
Errar é humano e aprender com eles é sábio. Veja os erros como parte natural do processo de evolução. Além disso, esforce-se para fazer algo mesmo sem ter o cenário perfeito. Isto é, force-se a começar o projeto que você está planejando há meses.
A verdade é que nunca haverá o “momento perfeito” e seu trabalho nunca será 100% perfeito. Quanto mais cedo você for capaz de aceitar isso, melhor você será 🙂
2. Supermulher / homem
As pessoas que vivenciam a síndrome do impostor estão convencidas que são falsas entre seus colegas “reais”. Por isso, geralmente elas se esforçam e trabalham mais. É uma forma de encobrir suas inseguranças. Por outro lado, elas se sobrecarregam tanto a ponto de prejudicarem sua saúde mental e relacionamentos.
Responda:
Você fica mais tempo no escritório do que o restante de sua equipe? Mesmo depois de concluir o trabalho necessário desse dia?
Você fica estressado quando não está trabalhando e acha o tempo de inatividade completamente desnecessário?
Você deixou seus hobbies e paixões cairem no esquecimento por causa do trabalho?
Você se sente pressionado a trabalhar mais e mais do que os que estão à sua volta para provar seu valor?
Os workaholics da síndrome do impostor são mais viciados na aprovação dos outros do que no trabalho em si.
Ninguém – além de você deve ter mais poder para fazer com que você se sinta bem. Por outro lado, aprenda a levar as críticas construtivas para o lado profissional, não no pessoal.
À medida que você se torna mais sintonizado com a aprovação interna e é capaz de nutrir sua autoconfiança que afirma ser competente e qualificado, você poderá ter um ritmo de trabalho mais razoável.
3. Gênio Natural
As pessoas com esse tipo de perfil da síndrome do impostor acreditam que precisam ser um “gênio” natural. Assim, elas julgam sua facilidade e velocidade com base em seus esforços. Em outras palavras, se eles levam muito tempo para dominar algo, sentem vergonha.
Esses tipos de impostores colocam sua barra interna incrivelmente alta, assim como os perfeccionistas. Mas os tipos de gênios naturais não se julgam apenas com base em expectativas bobas, mas também se julgam com base em acertar as coisas na primeira tentativa. Quando eles não conseguem fazer algo rápido ou de forma fluída, o alarme soa.
Vamos as perguntas:
Você está acostumado a se destacar sem muito esforço?
Você tem um histórico de obter a melhor nota em tudo que faz?
Você foi era considerado o mais inteligente da família enquanto a ovelha negra do seu irmão não se passava de um calhorda?
Você não gosta da ideia de ter um mentor. Afinal, para que ter um se você pode lidar com as coisas sozinho?
Você costuma evitar os desafios porque é tão desconfortável tentar algo em que você não é ótimo?
Para superar isso, tente se ver como um trabalho em progresso – e não inacabado. Realizar grandes coisas envolve aprendizagem ao longo da vida e capacitação – para todos, até para as pessoas mais confiantes.
Em vez de se decepcionar quando você não alcança seus padrões impossivelmente altos, identifique comportamentos específicos e variáveis que você pode melhorar com o tempo.
4. Solista
O quarto perfil da síndrome do impostor são dos sofredores que sentem que pedir ajuda revelará a sua falsidade. Não há problema em ser independente, mas não quando você recusa ajuda para provar seu valor.
Não tem certeza se isso se aplica a você? Faça a si mesmo estas perguntas:
Você sente firmemente que precisa realizar as coisas sozinho?
“Eu não preciso da ajuda de ninguém.” Isso soa familiar para você?
Você enquadra as solicitações em termos dos requisitos do projeto, em vez de suas necessidades como pessoa?
Aprenda a delegar e a pedir ajuda quando necessário. Pessoas precisam de outras pessoas para aprenderem e crescerem. A verdade é que sozinhos, nós não conseguimos sair muito do lugar.
5. Especialista
Especialistas medem sua competência com base em “o que” e “quanto” eles sabem ou podem fazer. Acreditam que nunca sabem o suficiente e temem serem expostos como inexperientes.
Você evita se candidatar a vagas de emprego, a menos que você atenda a todos os requisitos?
Você está constantemente buscando treinamentos ou certificações porque acha que precisa melhorar suas habilidades para ter sucesso?
Você já está no seu cargo há algum tempo, mas ainda sente que não sabe “o suficiente”?
Você estremece quando alguém diz que você é um especialista?
É verdade que sempre há mais para aprender. Esforçar-se para aumentar o seu conjunto de skills pode certamente ajudá-lo a progredir profissionalmente e mantê-lo competitivo no mercado de trabalho. Mas levada longe demais, a tendência de buscar infinitamente mais conhecimento pode na verdade ser uma forma de procrastinação.
Comece a praticar a aprendizagem just-in-time. Isso significa adquirir uma habilidade quando você precisar dela. Por exemplo, se as suas responsabilidades mudarem você estuda o que precisar. Em vez de acumular conhecimento que não é para o momento.
Perceba que não há vergonha nenhuma em pedir ajuda quando você precisar. Se você não souber como fazer algo, pergunte a um colega de trabalho. Se você não conseguir descobrir como resolve um problema, procure orientação de um superior ou até mesmo de um coach.
Quando você compartilha o que sabe, não apenas beneficia os outros, mas também ajuda a curar seus sentimentos fraudulentos.
Conclusão
A síndrome do impostor causa uma profunda dor rotineira e o medo de ser “descoberto” a qualquer momento, gera uma ansiedade cada vez maior.
Se você costuma atribuir suas conquistas ao acaso, ao charme, às conexões ou a outro fator externo, pare agora mesmo. Viver assim é um tanto injusto e cruel com você mesmo.
Considere hoje a sua oportunidade de começar a aceitar que você realmente é talentoso e merecedor de cada conquista 😉