Se você reclama do seu trabalho toda vez que a segunda-feira chega, o problema está em você, meu jovem.
Chega o domingo e parece que o dia passa rápido demais para ser verdade. Do programa da Eliana ao Domingão do Faustão, parece que a única coisa feita foi hibernar após o almoço. E então, começa a tocar a música de encerramento do Fantástico e a ficha cai: amanhã é segunda-feira. Mas na verdade a música que está tocando bem lá no fundo da cabeça é aquela do filme Psicose.
Esse episódio tão temido, acontece todas as semanas com milhões e milhões de brasileiros. E talvez ao ler, você também se identificou. Hey, quem nunca?
O grande problema é que com esse pensamento, já começamos a semana com o pé esquerdo e a produtividade cai.
Existe uma glamourização da sexta-feira e uma demonização da segunda. Até parece que se ganha uma carta de alforria para viver loucamente durante o fim de semana, para ser preso pela burguesia no domingo à noite.
Nós precisamos conversar
Precisamos parar de viver nossas vidas como se a segunda fosse o grande problema dos nossos trabalhos e a sexta fosse o melhor dia da semana, e assim, entender que todo dia pode ser bom.
Essa história de “depressão dominical” só pode ter dizer duas coisas: você só está seguindo a linha de raciocínio (errada) que todos têm ou você não está feliz com o seu emprego.
Quando o problema são os outros…
As pessoas gostam de reclamar. Perceba. Todo mundo está reclamando de algo ou de alguém. Ninguém está 100% satisfeito com o que se tem ou com a vida que leva. E muitas vezes você pode estar bem e feliz com o trabalho dos sonhos que você tem, com a sua rotina e tudo mais. No entanto, quando tudo que escutamos são só reclamações, isso nos afeta.
Aquela felicidade e satisfação inicial parece que cai por terra, porque começamos a fazer comparações ou a enxergar defeitos que até então não enxergávamos e em seguida, estamos reclamando de tudo que conquistamos até aqui. Inclusive daquele emprego legal que queríamos tanto e que agora parece ter todos os defeitos do mundo.
Você sabia que nós somos a média das cinco pessoas que mais convivemos? Esse dado pode ser preocupante ou satisfatório. Depende com quem você anda…
Isso significa que se você anda com gente legal e do bem, muito provavelmente você é assim. Agora, se você anda com gente tóxica, reclamona, mal-humorada… Bem, você entendeu, né?
E nesse último cenário, a produtividade cai. Não tem como não cair. Quem consegue ser produtivo vendo sempre o copo meio vazio?
Suas segundas, terças, quartas, quintas, sextas, sábados e domingos sempre serão improdutivos e meio na bad, se tudo que você faz é enxergar apenas o lado ruim da vida.
Portanto, se esse “hábito” ruim está sendo influenciado pelas pessoas com quem você convive, chegou a hora de conviver com pessoas mais alto astral.
É claro que, se as pessoas tóxicas são da sua família, você não poderá simplesmente se afastar deles. Porém, terá de aprender a se esquivar toda vez que eles “destilarem o veneno” e a não se afetar totalmente por isso. Caso contrário, será difícil manter a produtividade e a satisfação por cima.
Quando o problema é o trabalho…
Se você está lidando com um líder autoritário e chato ou o seu salário é baixo, dá para entender um pouco do porquê você tem esse “fenômeno dominical”. Mas o que você está fazendo para mudar isso?
Reclamar das segundas, toda segunda, não vai adiantar. Mas agir, dentro das suas possibilidades, pode mudar e muito o que está te incomodando.
Se o problema é o chefe, tente fazer as coisas do jeito certo para que ele não reclame de você. Se ainda assim, não adiantar, converse. Peça um feedback dos pontos que deve melhorar. Ele irá gostar dessa atitude e pode te ajudar a crescer. Com isso, talvez a “pentelhação” acabe e ele te ajude a se desenvolver. Se ainda assim, ele continuar do mesmo jeito, cabe a você ficar ou não.
Do mesmo modo é a questão do salário. Entenda quanto o seu cargo recebe em outras empresas e tire uma média. Se estiver muito abaixo e não tem como a empresa aumentar, começar a procurar o emprego certo é o início da solução.
Se você decidir que vai pedir um aumento – mas não sabe o como fazer isso – a gente tem um post com o passo-a-passo pra conseguir aquela graninha extra.
Quando o problema é você…
Por alguma razão você está infeliz no trabalho e com a vida. Nada te satisfaz e tudo parece não ter sentido. Qual o propósito de acordar cedo todos os dias? Porque trabalhar no que eu trabalho?
Essas dúvidas elas surgem, seja logo que terminamos a faculdade ou até mais velhos. É inevitável e para sermos bem honestos, é normal.
Se questionar é saudável, pois conseguimos identificar o que não gostamos e não queremos mais viver, e assim, buscar o que nos faz feliz e o que nos dá satisfação no trabalho ou na vida.
É nessa hora que você deve realmente entender qual é o seu momento e o que você deseja verdadeiramente fazer. Faça uma lista, reflita sobre ela, pergunte aos outros, procure um mentor. Mas faça algo por você, para se tirar dessa inércia e aprender a viver uma vida melhor.
O que não dá é continuar a reclamar segunda após segunda que o trabalho é ruim e que você odeia o seu chefe. O que não dá é você acreditar que a vida se resume apenas a um trabalho sem significado.
A vida quase sempre não é um conto de fadas
Nós também precisamos ser muito realistas com essa história de “trabalho e vida dos sonhos”. Nem tudo que a gente sonha, a gente tem – por mais que a gente queira ou tente. E está tudo bem, de verdade.
O que não é legal é viver uma vida de fantasia achando que precisamos ter tudo. Ou que precisamos ser ricos para sermos felizes. Ou que a vida do outro sempre é melhor do que a nossa.
Essa história de redes sociais é muito bom por um lado, mas por outro é a causa de tantas pessoas em depressão. Elas se acham infelizes porque não tem o carro do ano, ou não fizeram aquela viagem internacional, ou não podem ficar de pernas para o ar em plena segunda-feira como aquela pessoa do Instagram.
O filtro visível aos olhos, mas invisível ao coração
Lembre-se que tudo que é publicado nas redes sociais é passado por um filtro – e não é aquele bonitinho que o app fornece. Mas sim, uma seleção de qual o melhor ângulo, melhor vista, melhor pose, melhor prato, melhor em tudo.
Mas a vida de ninguém é assim e nem do homem mais rico do mundo.
Essa busca incessante por ser feliz o tempo todo na vida e no trabalho, nos faz esquecer que os problemas existem e estão presentes. O que faz muitos se frustrarem por não conseguirem a vida e o trabalho perfeitos como deveria ser. Mas deveria?
A gente precisa entender que os nossos sonhos são diferentes da realidade em que vivemos. Isso não significa que você precisa continuar a trabalhar em um lugar que você é desrespeitado ou que ganha pouco. Você precisa sim correr atrás de algo melhor. Mas o melhor nunca será a perfeição.
Por outro lado, às vezes, você terá de passar por algumas situações não muito legais, mas necessárias. Seja para amadurecer, para deixar de errar em algo ou para conseguir algo melhor.
Essa busca incessante por todas as segundas-feiras perfeitas vão deixá-lo mais infeliz se você almeja uma vida de Instagram.
A vida pode ser incrível e deliciosa, mesmo não tendo tudo que se quer – afinal, nem tudo que a gente quer, a gente de fato precisa.
Conclusão
No fim, seja o problema os outros ou o trabalho, ele se concentra em você. Cabe a você mudar o que não está bom.
Respeite o seu ritmo e aprenda com os sinais que você mesmo dá para identificar o que está errado e faça algo para mudar. No entanto, pare de buscar pela perfeição e por uma vida 100% feliz – porque isso só existe no Instagram e olhe lá…
A vida é muito curta para perder tempo no objetivo sem aproveitar a jornada. Faça da caminhada uma viagem gostosa e prazerosa. Aprendendo, caindo e se levantando.
No fim tudo dá certo. E se não deu, é porque ainda não chegou o momento certo. Mas vai, tenha fé.