Já parou para pensar que, além das empresas, você também precisa ser um colega de trabalho mais inclusivo?
Trabalhar em um ambiente onde o comprometimento é real, o time é unido, há respeito e diversão é o sonho de todos nós, não é? E não é à toa que as empresas estão investindo cada vez mais em bem-estar e em proporcionar um ambiente inclusivo. Workshops sobre diversidade e apoio financeiro para acompanhamento psicológico são alguns dos investimentos que cada vez mais organizações vêm fazendo nessa busca.
Embora esses benefícios sejam incríveis e realmente façam a diferença, as pessoas também precisam ajudar a construir um ambiente inclusivo e seguro. Já falamos aqui sobre como ajudar colegas com problemas de sáude mental. Mas como ser inclusivo com seus colegas de trabalho, não importa a origem e condição deles?
Selecionamos seis atitudes que o tornarão em um colega mais inclusivo e contribuir para um ambiente de trabalho mais prazeroso e saudável.
Como ser inclusivo no trabalho (e na vida)
1 – Procure conhecer seus vieses inconscientes
Muitas vezes, sem perceber, assumimos alguns julgamentos e opiniões sobre as pessoas de forma automática. Isso são vieses inconscientes e todo mundo tem. É o modo como nosso cérebro faz para processar informações novas de um jeito mais rápido. Toda informação que recebemos, ele tenta associar a algo que já vimos ou ouvimos antes.
O problema é que isso resulta em generalizações estereotipadas por gênero, sexo, raça, orientação sexual, classe social e muito mais. Quer um viés inconsciente muito comum no mercado? Achar que uma pessoa depois dos 40 anos não é capaz de exercer um bom trabalho. Ou que é do jovem ser irresponsável e, por isso, não será comprometido com a sua função.
Para ser um colega de trabalho inclusivo é preciso antes de mais nada, reconhecer os próprios vieses inconscientes e questionar as suas próprias opiniões: será que você não está estereotipando aquela situação ou pessoa?
2 – Conheça o contexto antes de julgar
É comum acabarmos tendo uma opinião sem antes saber a totalidade de uma situação e as motivações que levaram alguém a agir de um modo ou de outro. Já reparou que somos mais rápidos em julgar do que em ajudar? Pois é.
O grande problema é que, ao fazermos isso, podemos errar e sermos injustos com os outros. E, pior, acabar reforçando até situações de preconceito que já viveram sem nem perceber.
Da próxima vez, tente ter um olhar mais sereno em relação ao que pode ter acontecido e como cada pessoa na história pode ter se sentido. Fazer esse exercício ajudará a entender que raramente as coisas são 8 ou 80 e a observar as diferentes realidade de cada pessoa na empresa.
Muitas vezes, o modo como o outro agiu pode ser por alguma dificuldade ou situação que você mesmo não passa. Por isso, procure entender antes de criticar.
3 – Pergunte como pode ajudar
Ver o outro com alguma dificuldade ou passar por sofrimento pode gerar uma dúvida em nós mesmos. Um exemplo é ver um colega que usa cadeira de rodas e se perguntar se deveria ajudá-lo a subir uma rampa. O ideal a fazer, nesses casos, é perguntar, de forma discreta, se a pessoa precisa de ajuda e como ela gostaria de ser ajudada.
Nem sempre elas dirão que sim – e é importante respeitar isso e não levar para o lado pessoal. Jamais saia “ajudando” como acha que deve sem antes se certificar de que a pessoa quer. Ao contrário de ser um colega de trabalho inclusivo, você correrá o risco de gerar constrangimentos e até de prejudicar a segurança sua ou da outra pessoa, dependendo do caso.
4 – Procure conhecer a pessoa para além dos rótulos
Muitas vezes, quando vemos uma pessoa muito diferente de nós – seja pela religião, personalidade ou mesmo origem socioeconômica-, é comum que nossa primeira reação seja ficar um pouco desconfortável ou intimidado. E isso é normal. Quando não conhecemos direito algo, ficamos mais ansiosos.
O que não podemos fazer é usar isso como desculpa para não tentar conhecer aquela pessoa de verdade. Se fizermos isso, além de perdermos a oportunidade de encontrarmos pessoas incríveis, também ficaremos cada vez mais fechados em uma bolha. Deixamos de nos expor a diferentes opiniões e estilos de vida, o que nos empobrece como pessoas e como profissionais.
Tente se perceber quando sentir que está agindo diferente com alguém e procure entender o porquê. E vença isso: faça perguntas, seja curioso e procure encontrar pontos em comum para começar a conversa, como uma série ou filme que os dois gostem. Abra sua cabeça para o fato de que somos diferentes – e isso é ótimo. Isso ajuda, inclusive, a sermos mais inovadores e criativos.
5 – Exerça a empatia
Ser inclusivo com o colega significa também ser empático.
Coloque-se no lugar do outro e tente identificar em que sentido a experiência dessa pessoa no trabalho pode ser diferente da sua. Para um homem, por exemplo, muitas situações pelas quais as mulheres passam podem passar despercebidas. E vice-versa.
Esse exercício é um tanto difícil, porque geralmente pensamos que, se para nós não é algo difícil, para o outro também não deveria ser. Mas não é assim e precisamos respeitar essas diferentes percepções. Só assim podemos ajustar nossas atitudes no dia a dia de forma a facilitar – e não prejudicar – a vida dos outros.
6 – Não fique calado em situações de preconceito
Ao presenciar comentários ou piadinhas preconceituosos ou tratamentos injustos, não deixe isso passar batido. Mesmo que na hora você não consiga dizer nada por medo de retaliação de um chefe, por exemplo, procure canais de denúncia da sua empresa e relate o que aconteceu.
Demonstre apoio também à pessoa que sofreu preconceito e a incentive a correr atrás de seus direitos.
Há discriminações, inclusive, que são crime por lei, como ofensas racistas. Mas cabe a todos nós assegurarmos que situações como essas não vão passar impunes.
Conclusão
Às vezes, pode ser difícil sairmos do automático e pararmos para pensar em situações de forma mais empática e inclusiva.
É claro que nem sempre fazemos isso de propósito, mas mesmo assim, precisamos nos atentar para não deixar que o ritmo que dita a nossa vida nos deixe alheio a dor do outro.
Entretanto, com essas seis atitudes, você será mais inclusivo e propenso a ter mais sensibilidade.